A Zynga está perdendo terreno. A empresa mais influente do mercado mundial de jogos sociais – o chamado social gaming – está em uma séria rotina de prejuízos, com estudos apontando perda de US$ 150,00 para cada cliente pagante conquistado. Criadora de marcas famosas – mas nem sempre queridas -, como Farmville, Cityville, Mafia Wars e tantos outros, foi a Zynga quem deu início à popularização dos, hoje bastante comuns, application requests que vemos no Facebook – e a situação atual da empresa pode apontar uma tendência a ser vista em outras companhias do ramo.
Aqui no Brasil, nós também temos a nossa própria gigante do social gaming: a Vostu, empresa fundada pelos então estudantes de Harvard, Daniel Kafie, Mario Schlosser e Joshua Kushner, cresceu rapidamente ao focar sua produção de jogos sociais para a América Latina – em especial o Brasil. Como na época o Orkut ainda era a rede social primária do internauta brasileiro, não demorou que a empresa tirasse proveito de um terreno que, até então, a Zynga mal tinha trilhado.


“Essa indústria [de jogos sociais] vive um momento de consolidação, na qual o mercado tende a ser dominado por grandes estúdios”, diz Daniel Kafie, CEO da Vostu. “Temos uma base de 50 milhões de usuários só no Brasil – a maior parte, concentrada no Orkut e Facebook”. A Vostu, que tem escritórios em São Paulo, Nova York e Buenos Aires, de fato é bastante popular entre usuários de redes sociais. Segundo a página da empresa na Wikipedia, apenas um de seus jogos – Mini Fazenda – conta com 8 milhões de usuários somente no Orkut. Com base nisso, Daniel discorda da ideia de queda no mercado de jogos sociais.
Para o executivo, a diferença de três anos para cá reside no fato de que existem mais empresas com capacidade para competir por fatias de mercado. Diz Daniel que, hoje, grandes grupos de forte audiência em outras plataformas, começam a trilhar o caminho iniciado pela Zynga e pela Vostu. Dois bons exemplos disso são as rivais Electronic Arts e Konami: ambas são famosas nos consoles e portáteis, mas apenas recentemente se deram ao luxo de lançar aplicativos no Facebook baseados em suas franquias.
Para o ano de 2012, Daniel Kafie prevê que o diferencial que vai fazer empresas destoarem enquanto outras ficam para trás é o mercado móvel: “Todas as empresas do setor estão buscando formas de se posicionar à frente da concorrência através do lançamento de jogos para iOS e Android, tentando migrar jogadores do Facebook e redes sociais para smartphones. Isso é o que deve acontecer em 2012″.
Por Rafael Arbulu